"preparo um canto que faça acordar os homens e adormecer as crianças"


sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Impérios e Colônias - Idades

Uma conversa iniciada com o Pedraum e, ontem, prolongada com o Luã e Ronaldo (geógrafo), nos fez pensar sobre a acumulação de tempo desigual nos diferentes espaços do globo terrestre.
Um filme foi o início de tudo. Baseado na obra de Darcy Ribeiro, "Povo Brasileiro" é o nome do filme. Nele são discutidos diversos aspectos dos "povos brasileiros". Sobre o Nordeste, um sociólogo analisa que as instintuições Família, Propriedade, Modo de Produção e Estado ainda podem ser classificadas como Medievais!! No século XXI, o Brasil, país emergente, promissor no cenário mundial ainda conta com o suporte de uma Região medieval na sua geopolítica.
Daí então, pensamos: poucas são as áreas onde se pode classificar Idade Comtemporânea. E o que classificaria a Idade Contemporânea? Bom, para nós seria: Comunicação e Tecnologias. A Idade Contemporânea, embora tenha sido marcada pela queda do Poder Absoluto em parte da Europa, manteve nesses países a simbologia extremamente conservadora; as monarquias e as cerimônias são marcas de uma sociedade conservadora que é acostumada a ser submissa à leis e regras que foram criadas de acordo com as necessidades vitais de sua nação e/ou Estado. É necessário que haja uma referência para seguir, uma figura; é a sociedade paternalista europeia - diferente do paternalismo violento transplantado na América-Latina. Como se sabe, ainda hoje há monarquias, principados e o Vaticano, uma ilustre monarquia absoluta teocrática! Portanto, a mudança na forma de governo, não é o fator ou categoria mais relevante no que diz respeito às mudanças implantadas com a Revolução Francesa.
A utilização dessas categorias para entender as diferentes instalações da Idade Contemporânea no espaço, se dá porque acho que a partir da Rev. Francesa esses foram os setores que mais rápida e intensamente mudaram os modos de vida, subsistência e poder. Talvez, inclusive, já seja a hora de pensar num novo período histórico, iniciado com a trilogia das Revoluções Industriais; essas sim, através das novas tecnologias de Comunicação e das novas Tecnologias alcançadas em todas as ciências, impuseram e impõe continuamente por parte das potências, uma demanda sempre diferente. Para a sociedade se adequar ao Capitalismo e mais ou menos vice-versa.
O Modo de Produção Capitalista, consolidado na Idade Contemporânea, é um misto resultado do processo de mundialização e pai da globalização, portanto essencialmente depende de Modos de Produção Locais diferentes na maioria dos lugares; escravidão e trabalho infantil ainda são encontrados no Brasil por exemplo; ou na América-Latina e África onde ainda há imposição do poder por parte das potências em países soberanos e ditos democráticos, denotando um aspecto ainda colonial/imperialista.
Ao fim da discussão, essa foi a imagem que pensamos poder definir onde está a Idade Contemporânea através das categorias Comunicação e Tecnologias:


Onde há luz, há Idade Contemporânea em diferentes níveis de importância dentro do sistema e ainda assim, confundida com outras Idades, como é o caso da Índia, Sudeste Asiático e Nordeste brasileiro.
Onde não há, a Idade Contemporânea é uma ilusão carregada pelos meios de comunicação e que só se faz presente no entendimento sistêmico de interdependência do Capitalismo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Impérios e Colônias

Fui pra Ponta Negra nas férias, ali depois de Maricá; praia e lagoa, muito lindo...
Mas estava lá conversando com uns amigos de um amigo meu, quando um deles pega um maço de dinheiro, cheio de nota de R$50 e fica posando, andando gostosão, de boné, pa...de repente ele pega uma mão cheia de moedas e joga na areia...

QUE!?!

é impressionante como a noção, a concepção de pobreza e o tratamento do seu dinheiro, independentemente de classe, muda quando você é de diferentes cidades. Eu moro numa cidade grande e rica, onde todos do mundo querem estar... e num jogo dinheiro fora não!! ainda peço meu 1 centavo de troco!! o moleque lá nos cafundéus, tirando onda com um dinheiro que deve ir tão rápido como veio, ao invés de dar ou usar, não..joga fora!! se morasse aqui, nunca. Ele tirava onda como achava que os moleques aqui do Rio fazem, "imitando" os cariocas...calma aí amigo, tem mais carioca pedindo do que jogando fora!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Criânsias e Experiências

O Mundo Encantado
Fizemos um passeio de barco do Iate Club - Urca , até o Museu da Marinha - Centro, e claro, fomos pela Baía de Guanabara.
As crianças tinham entre 7 e 11 anos e me fizeram pensar muito sobre o Paradoxo da Experiência, citado no texto abaixo.
Estava rodeado de três crianças, Patrick, muito inteligente, Ana Carolina, minha cheirosa e a Mariana, que ainda vivia no mundo encantado.
Na Baía, eu explicava ao Patrick, a importância dos fortes na proteção da cidade do Rio, contra franceses e holandeses.

eu : Então, se não tivesse aquilo, a gente poderia falar francês...
P : Se os portugueses perdessem a guerra ne?
eu : é... - Mariana me cutuca..
M : Tio, tio..Aquilo não é o Pão de Açúcar; no mundo encantado é uma montanha de doces..
eu : ...mas hein Patrick, os barcos vinham dali e ali era...
M : Tio, tio!!
eu : ...
M: Aquilo não é um avião, é um avião de doces!!
eu : Tu tá querendo um doce em Mariana...
A.C : Eu tenho um aqui, se quiser...
M : não, não quero não....
eu : Tem certeza???
os olhos brilharam
M : tá bom!
eu : ...e ali é a Ilha Fiscal, Patrick, onde o príncipe do Brasil fazia festas...
me cutuca, "Tio! tio!!" eu finjo que não senti, e seguiu "Tio, tio!!" - que Mariana?
M : - No mundo encantado esse castelo é da princesa e do rei dos doces e ele é feito de doces e cheio de doce dentro!!

E eu penso quando que o mundo deixa de ser encantado..

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Criânsias e Experiências

Na primeira semana de férias que eu tive do trabalho, fui convidado pela Thathiana, uma das minhas irmãs postiças, para participar de uma colônia de férias no Iate Club Rio de Janeiro.
Eu, que nunca havia participado de uma, me empolguei em ter a oportunidade de conviver por 4 dias com crianças diferentes das que eu trabalho geralmente, na EDEM.
O frio na barriga passou logo que eu lembrei que criança, em qualquer lugar, é criança; pode ser rica, pobre, quieto ou bagunceiro, tem alguma coisa lá dentro que se for cutucada, dá sorriso.

Na verdade não tenho nada em especial para escrever, visto que já faz um certo tempo e não lembro dos pequenos acontecimentos que me fizeram um Tauã novo. Novo não....mais novo.
A clássica ideia de que queremos ser adolescentes, adultos e depois criança é impressionante. O Paradoxo da Experiência, como eu chamo pra mim mesmo essa loucura que a vida prega. "Aah se eu soubesse que as meninas de 13 anos são mais descoladas que os meninos!"'... "Ah se eu não tivesse medo de dormir na casa dos meus amigos!" como podíamos ter aproveitado ne...
Depois que acabou e o cansaço passou, eu voltei a pensar na colônia e cheguei a conclusão que há dois tipos de aprendizado (no mínimo do mínimo) entre crianças e adultos: um é o que as crianças aprendem, que é o Aprendizado Social, no qual o adulto ensina pra criança aquilo que ela deve saber para conviver bem nas regras sociais e sobreviver (não ser atropelado por ex.); um aprendizado pragmático e temporal, pois crianças crescem e transformam valores aprendidos. O outro, atemporal e filosófico e, por isso, apenas apre(e)ndido pelos adultos, é o Aprendizado da Vida. Não tenho um nome melhor. Mas o que seria isso? Percebemos nas crianças e pessoas mais novas em geral, que a vida é e foi. Não será, pois o futuro somos nós. Para eles, eles serão como a gente. E eu sei que serão. Podem ser melhores, diferentes aqui e acolá, mas as ânsias e emoções são universais, distribuídas em cada um num certo grau. Então, quando percebo que aquela criança se parece nisto ou naquilo com o antigo Tauãzinho, penso: "o que mudou em mim? por que? e mais! quando mudou? Tomara que se conserve nele".....ilusão, ignorância à roda-viva.

O é da vida é doce,
carpe diem;
o era, amargo
melancolia;
o será, será,
dia-a-dia